sexta-feira, 20 de abril de 2012

O Doce


Era uma vez um rapaz que acordou numa loja de doces. Como qualquer rapaz, ele lambeu os lábios e deliciou-se! Comeu este, comeu aquele. Provou vários doces.
Foi então que provou um que gostou imenso! Era um biscoito doce com uma pequena pinta de chocolate.
Parecia apenas mais um doce, mas aquele .. aquele era simplesmente delicioso. Tinha algo que o diferenciava de todos os outros.
O rapaz disfrutou dele durante muito tempo. Comia-o como se fosse o último. Em dentadas pequenas para disfrutar durante mais tempo.
Mas, como tudo na vida, aquele doce acabou. Durante algum tempo o rapaz procurou por todo o lado o doce, mas sem sucesso.
Entao experimentou outros doces parecidos com O doce, mas nenhum era igual.
O gosto que ficava na boca. A sensação ao come-lo. O sabor ao trincar. Era tudo muito melhor. Era o seu preferido, mas acabara.
Teve então de se conformar com outros doces. Não eram maus, mas não eram aquele doce. Não era a mesma coisa.
Mesmo assim, o rapaz não deixou de procurar o seu preferido. E ainda hoje o procura, para mais uma dentada. Mais uma pintinha de chocolate.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Um Desejo

Palavras, cheias de emoção escondida, são escritas e lidas como se se trata-se de uma conversa simples entre duas pessoas conhecidas.
Nada disso. Embora nenhum dos dois o diga. Ambos escondemos o que queremos.
Porque se o dissermos ou se o escrevermos, existe a hipótese de rejeição. E ninguém gosta disso. É uma sensação horrível.

Por isso é que são raras as conversas. Porque se um de nós tiver sempre a falar, dá a mostrar o que quer e sujeita-se a ser negado do seu desejo.
Tem de ser controlado esse desejo, caso contrário, não se concretiza. Tem de haver uma desculpa. Tem de haver um tópico específico. Tem de haver um razão lógica para falar com o outro.
Não se pode simplesmente dizer "Olá! Tudo bem?" porque isso mostra que o objectivo era realmente apenas falar.
Apenas saber que nesse momento estou no teu pensamento.
Saber que estás a olhar para o computador e a imaginar-me do outro lado.

Mas isso é "proibido" e apenas ia tornar mais difícil a comunicação entre nós.
E apesar de não admitirmos ambos queremos esse simples acto: falar. Olhar um nos olhos do outro e falar.
Portanto, continuamos nesta dança. Ás vezes mais que dois. Ás vezes sozinhos. Mas continuamos a dançar, talvez graças a uma esperança de um dia sermos só os dois a dançar.
Só os dois. Até ao fim da música.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

Um constante sonhar contigo

Entras na minha vida sem pedir licença. E da mesma forma repentina que entras, sais.
Porque? Pergunto-me eu. E a resposta, essa é indecifrável.
Não encontro explicação lógica para tal.
Gostava que me dissesses, mas se nem às perguntas simples consegues responder, quanto mais a esta.

Faço o impossível para saíres da minha cabeça e sabes o que acontece? Nada.
Continuas lá. Num sítio bem protegido, talvez pelo meu coração, talvez pelas boas memórias.

Esgotas o meu pensamento diariamente. Nem imaginava possível conseguires ainda estar presente. Mas também não o evito, pareço masoquista.
Chego a passar, inconscientemente, em sítios que eu sei que me fazem lembrar de ti, de nós. Em sítios que sei que és capaz de lá estar.
Talvez para te ver. Talvez para falar contigo. Não sei a razão pela qual o faço. Mas faço.

sábado, 7 de abril de 2012

A Máscara da Noite

A luz da noite. É para lá que eu olho e impreterivelmente penso em ti.
Tão grande e cheia de energia branca, no meio de um céu tão escuro e frio.

E começam assim as noites. A pé e ao vento, debaixo do que foi um dia um símbolo único para mim.
Olho para baixo e recomponho-me. Visto a minha máscara da noite e tudo fica melhor. Quase que feliz.

A noite tem de tudo. Basta querer. Desejar. Avançar. Conquistar.
E para quê? Ao ínicio do dia nada mudou. Apenas diminuiu um bocado a vontade pouco controlável de te ter.

De certa forma ajuda. Tudo em demasia faz mal.
Até o veneno que me ajudava a esquecer foi demais.
Foi tanto que quando quis lembrar não consegui.

Não sabes o quanto me doeu.

terça-feira, 3 de abril de 2012

"O Perigo é um Vício"

Sinto-me viciado. Completamente agarrado.
Vejo o caminho que percorri e as semelhanças que existem com o presente.
Os buracos são os mesmos. As curvas são iguais. As saídas exactamente no mesmo sítio.
E agora pergunto-me, porque? Porque continuo este caminho sabendo que no fim há um muro intransponível.

Mudança. É a esperança da mudança. Essa é a verdadeira razão pela qual eu continuo a andar.
É como rever um filme e esperar um fim diferente.
Mas, no meu filme, o bom da fita sofre sempre no fim. Sempre, até agora.
Daí existir uma esperança. Uma vontade de que corra bem!


"Talvez desta vez seja diferente e eu fique bem. Talvez .."